quarta-feira, 28 de maio de 2014

POVOAMENTO DE ALAGOAS


Quando da instituição do sistema de Capitanias Hereditárias (1534), Alagoas integrava a Capitania de Pernambuco, e a sua ocupação remonta à fundação da vila do Penedo (1545), às margens do rio São Francisco, pelo donatário Duarte Coelho Pereira, que incentivou a fundação de engenhos na região. Palco do naufrágio da Nau Nossa Senhora da Ajuda e subsequente massacre dos sobreviventes, entre os quais o Bispo D. Pero Fernandes Sardinha, pelos Caetés (1556), o episódio serviu de justificativa para a guerra de extermínio movida contra esse grupo indígena pela Coroa portuguesa. Para vingá-lo, Jerônimo de Albuquerque comandou uma expedição guerreira contra os caetés, destruindo-os quase completamente.
Duarte Coelho, segundo os historiadores, era dotado de muita capacidade administrativa e devotado a causa do governo português. Suas cartas ao Rei Dom João III, eram verdadeiros relatos sobre a riqueza da capitania, suas paisagens e os índios. Fundou Olinda, fez aliança com os índios e iniciou o plantio da cana-de-açúcar, realizado em solo de massapê, dando origem aos primeiros engenhos.
Após sua morte, seu filho de Duarte de Albuquerque assumiu a Capitania de Pernambuco e, após algumas explorações, voltou à Lisboa e de lá partiu para a África, onde morreu numa batalha, assumindo em seu lugar seu irmão Jorge de Albuquerque.
           Jorge de Albuquerque dividiu a Capitaneia em duas partes, sendo a do norte com sede em Olinda, ficou por ele administrada. A do sul, que hoje é o Estado de Alagoas, foi dividida em sete sesmarias.

           Dentre os que receberam as sesmarias, destacam-se a de Cristóvão Lins, que ficava do rio Manguaba ao Cabo de Santo Agostinho, onde fundou a cidade de Porto Calvo, e a de Diogo Soares da Cunha, que compreendia da Pajussara ao Porto do Francês. Anos depois, Diogo Soares lançou fundamento de uma povoação que recebeu o nome de Santa Maria Magdalena das Lagoas do Sul, depois Alagoas do Sul e, finalmente, Marechal Deodoro.
          Mas toda essa extensão de terras, entre o Litoral e o Sertão precisava ser colonizada. Aí surge a figura de um alemão: Cristhovan Lintz, depois aportuguesado para Cristovão Lins. Ele vivia em Portugal, onde casou-se com Adriana de Hollanda, filha do holandês Arnault de Hollanda e da portuguesa Brites Mendes de Vasconcellos Hollanda. O casal desembarcou no Recife, na primeira metade do século do descobrimento (XVI) e ganhou uma imensa sesmaria, compreendendo o Cabo de Santo Agostinho até o vale do rio Manguaba. Nessas proximidades, Lins fundou a cidade de Porto Calvo, como também fundou os primeiros engenhos: Escurial, Buenos Aires e Maranhão.
           O segundo colonizador foi o português Antonio de Barros Pimentel, casado com Maria de Hollanda  Barros Pimentel, irmã da mulher de Cristovão Lins. Ele chegou ao porto da Barra Grande (Maragogi), ainda com a roupa que usava na Corte, em Lisboa. Era um nobre, descendente de uma das mais importantes famílias de Portugal, originária da cidade de Viana, mas com os seus ancestrais surgidos na Espanha. Ganhou uma sesmaria que compreendia as terras entre os rios Manguaba, passando pelo  Camaragibe e chegando ao rio Santo Antonio, em São Luiz do Quitunde. Construiu engenhos de açúcar e criou gado.

A sesmaria que compreendia às margens das lagoas Mundaú e Manguaba, pertencia ao português Diogo Soares, enquanto em São Miguel dos Campos, o dono das terras era Antônio de Moura Castro e as de Penedo, comandadas por Rocha Dantas. Outras sesmarias de menor porte foram surgindo em vários pontos de Alagoas.
O transporte usado na época era o burro, devido à sua resistência em terrenos irregulares. O burro era usado pelos tropeiros, que eram funcionários do Império Português responsáveis pelo transporte de várias coisas, em virtude de não existir transportadoras. Além do transporte de mercadorias, alimentos, utensílios etc., eles faziam o serviço de entrega de correspondência entre os povoados.
A religiosidade era um ponto forte entre essas pessoas. Deve-se também à construção de várias capelas em nosso Estado, de onde surgiram vários povoados.

 
 












 

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