quarta-feira, 13 de agosto de 2014

PRIMEIROS GOVERNADORES DE ALAGOAS


A Província de Alagoas, marcada pela proclamação da República inicia sua nova fase, sendo denominado Estado, tendo como chefe maior o governador. Após os governos de Tibúrcio Valeriano e Pedro Paulino da Fonseca, sucedeu-se uma lista de governadores, a exceção do período ditatorial em que eram interventores, até os dias atuais.

Após o término do mandato de Pedro Paulino, foi eleito Manoel de Araújo Góes, que com sua experiência de governar em face de ter sido presidente da Província de Sergipe, passou a governar o Estado de Alagoas. Antes de ingressar a carreira política, foi advogado e magistrado.

Em seu governo, a crise estava cada vez mais intensa. A população fez uma passeata e Araújo Góes mandou dissolvê-la a bala. Apesar de ser um destemido político, a situação se agravava cada vez mais.

Araújo Góes era um político prático e estava organizando as primeiras leis orgânicas no Estado. Deixou o poder no dia em que o Marechal Floriano assumiu a presidência, passando o Estado a ser governado por uma junta.

Gabino Suzano de Araújo Besouro, conhecido como Gabino Besouro foi um homem inteligente e destemido, que teve seu plano de governo que foi quase todo executado, e, durante o período de 24 de março 1892 a 16 de julho de 1894, tiveram como principais obras:

-         Normalizou o serviço público e tornou eficiente a cobrança de impostos;

-         Adquiriu prédios para estabelecimentos públicos;

-         Promoveu a criação de teatros, com fins educativos;

-         Deu atenção ao ensino de segundo grau, hoje ensino médio;

-         Foram de sua iniciativa as leis de ordem pública no inicio do período republicano

-         Foi criada a primeira bandeira do Estado de Alagoas

-         Foi lançada a 1ª pedra do Palácio do Governo, no Largo dos Martírios, em 16.09.1893.

Governo Barão de Traipu – Dr. Manuel Gomes Ribeiro assumiu em outubro de 1894. Durante sua administração, as agitações continuavam a ocorrer. Nessa administração foram tratadas as questões de limites entre Alagoas e Pernambuco. O Barão entrou de licença, passando o governo para o Coronel Vieira Peixoto, que era vice, e só voltou no dia em que o novo governador tomou posse

Governo Manoel José Duarte - Dr. Manuel Duarte era médico e professor do Liceu Alagoano. Era um homem ponderado, cheio de ideais, mas não teve forças para enfrentar a oposição. Deu grande apoio ao movimento para a criação do primeiro Bispado de Alagoas, porém, quando foi assinado o Decreto Consistorial ele já não estava mais no Poder. Um ano antes de terminar seu mandato, entregou o governo ao vice Santos Pacheco, para se candidatar a senador da República.

No início do século XX, dois irmãos dominaram o governo do Estado, como eleitos pelo povo: Joaquim Paulo e Euclides Vieira Malta, formando o que passou para a História como Oligarquia dos Malta. A família continuou dominando no alto Sertão, elegendo prefeitos e deputados estaduais. Mas, foi se dispersando e a cada eleição, seus candidatos vão sendo derrotados.
 
Euclides Vieira governou o Estado  Malta de 12 de junho de 1900 a 12 de junho de 1903. Durante seu governo  adquiriu apoio em Maceió por meio de uma série de obras públicas, principalmente praças, passeios públicos, a construção do teatro Deodoro da Fonseca, a finalização do Palácio dos Martírios, o erguimento do Palácio da Justiça e do Palácio da Intendência e outras, as quais modernizaram a capital. A remodelação dos espaços públicos esteve sob a coordenação do competente pintor Rosalvo Ribeiro, um dos principais nomes das artes plásticas alagoanas da época. Os prédios citados, que até hoje dão singularidade ao centro da cidade, foram projetados pelo arquiteto italiano Giovanni Luigi Giuseppe Lucarini (1842-1907).
 
Joaquim Paulo Vieira Malta sucedeu Euclides  entre 12 de junho de 1903 e 12 de junho de 1906.
Passou menos de dois anos no governo de Alagoas, pois entrou de licença para fazer um tratamento de saúde, passando assim, o poder para o vice-governador Antônio Máximo da Cunha Rêgo, mas reassumindo o cargo.

Nas décadas de 1930/40, os Góes Monteiro, formaram outra oligarquia. Alagoas passou a ser conhecida como “Alagóes”. Dois irmãos: Ismar de Goes Monteiro e Silvestre Péricles de Goes Monteiro, foram governadores (um, especificamente Interventor, na ditadura de Vargas e o segundo, governador eleito pelo povo). Depois, sucederam-se vários governadores, sendo Álvaro Paes o último governador do período chamado República Velha.

 

REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA


Em 1917 rebentou em Pernambuco uma revolução nativista, que recebeu o nome de Revolução Pernambucana, no qual homens de várias classes conspiravam contra o domínio português.

O movimento foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e de Frei Caneca. Tendo conseguido dominar o Governo Provincial, se apossaram do tesouro da província, instalaram um governo provisório e proclamaram a República.

O movimento iniciou com a ocupação do Recife, em 06 de março de 1817. O governador da capitania Caetano Pinto de Miranda Montenegro ordenou que o Coronel Barbosa de Castro acabasse com a revolução e mandou prender os principais. No regimento de artilharia, o capitão José de Barros Lima, conhecido como Leão Coroado, reagiu à voz de prisão e matou a golpes de espada o comandante Barbosa de Castro. Depois, na companhia de outros militares rebelados, tomou o quartel e ergueu trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas monarquistas. O governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro refugiou-se no Forte do Brum depois de ver sua tentativa de sufocar o movimente ser fracassada. Depois que foi cercado, acabou se rendendo.

Os cabeças do movimento instalaram um governo provisório, mas sequer comunicou aos moradores da Comarca de alagoas, mas mesmo assim, a notícia terminou se espalhando.

O Advogado José Ignácio de Abreu e Lima, conhecido com Padre Roma foi à, a serviço dos “cabeças” para falar com o Conde dos Arcos, que era o Vice-Rei do Brasil. Depois, Padre Roma passou em Alagoas, espalhando folhetos e informações, confiando a tarefa a Victoriano Borges da Fonseca, Comandante das Armas, que, ousando desobedecer a ordem de impedir o movimento, soltava os presos, lia as proclamações em voz alta, soltava os presos e rasgava os símbolos da Realeza.

Em 29 de março foi convocada uma assembleia constituinte, com representantes eleitos em todas as comarcas, foi estabelecida a separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; o catolicismo foi mantido como religião oficial, porém havia liberdade de culto (o livre exercício de todas as religiões); foi proclamada a liberdade de imprensa (uma grande novidade no Brasil); abolidos alguns impostos; a escravidão entretanto foi mantida.

À medida que o calor das discussões e da revolta contra a opressão portuguesa aumentava, crescia, também, o sentimento de patriotismo dos pernambucanos, ao ponto de passarem a usar nas missas a aguardente (em lugar do vinho) e a hóstia feita de mandioca (em lugar do trigo), como forma de marcar a sua identidade.

Dominada a revolução, foi desmembrada de Pernambuco a comarca de Rio Grande (atual Rio Grande do Norte), tornando-se província autônoma. Essa havia sido anexada ao território pernambucano ainda na segunda metade do século XVIII, juntamente a Ceará e Paraíba, que também se tornaram autônomas ainda no período colonial, em 1799.

Também a comarca de Alagoas, cujos proprietários rurais haviam se mantido fiéis à Coroa, como recompensa, puderam formar uma província independente.

Apesar dos revolucionários terem ficado no poder menos de três meses, eles conseguiram abalar a confiança na construção do império americano sonhado por D. João VI, a coroa nunca mais estaria segura de que seus súditos eram imunes à contaminação das ideias responsáveis pela subversão da antiga ordem na Europa.

Quando a propaganda do movimento chegou a Atalaia, o Ouvidor Batalha tratou de fazer correição no cartório e tentou convencer o povo a não participar do movimento. O movimento foi esfriando e o povo atendeu à solicitação.

Victoriano Borges viajou à Bahia para falar com o Conde de Arcos sobra a agitação que estava havendo em Alagoas, mas o Vice-Rei falou que o Padre Roma foi fuzilado. Victoriano se desesperou e fugiu.

Diante da agitação, o Ouvidor Batalha tratou de falar com o Vice Rei sobre a separação da Comarca de Alagoas da jurisdição de Pernambuco, anexando à Bahia e instalando um governo provisório. O Conde concordou com a separação, mas não com o governo provisório.

Alagoas estava com condições de se separar de Pernambuco, fato que estava influenciado pelos ideais revolucionários, que ganhou popularidade em vários países.

 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

ALAGOAS NA GUERRA DO PARAGUAI


A Guerra do Paraguai foi um conflito que aconteceu de 27 de dezembro de 1864 a 08 de abril de 1870, que tinha como objetivo impedir a invasão do Paraguai, sob a presidência de Francisco Solano Lopez, nos demais países da América do Sul. Para que isso não acontecesse Argentina Brasil e Uruguai tiveram que se juntar para participar do enfrentamento.

Durante a Guerra do Paraguai, Alagoas enviou cerca de três mil e quinhentos soldados para combate, inclusive toda a família Mendes da Fonseca , que tinha como matriarca dona Rosa da Fonseca, da qual faziam parte seus filhos Manoel Deodoro (futuro primeiro presidente do Brasil), Hermes Ernesto, Severiano Martins, Pedro Paulino (futuro governador do Estado de Alagoas), Hipólito Mendes, Eduardo Emiliano, João Severiano e Afonso Aurélio. Além dos da Família Fonseca, também participaram Floriano Peixoto, Gabino Besouro, Roberto Ferreira, Virgínio Napoleão e Cyrilo de Castro.

A primeira participação da PMAL em conflito que exigiu operação de guerra deu-se em 1839, quando Agostinho da Silva Neto, presidente da Província resolveu transferir a Capital, então instalada na cidade de Alagoas (atual Marechal Deodoro), para Maceió.

Nessa época houve oposição da PM ao ato de Silva Neto, tendo que enfrentar as tropas comandadas pelo major Manoel Mendes da Fonseca (pai de Deodoro).

Em dezembro de 1864, tropas paraguaias atravessaram a fronteira com o Brasil e tomam o Forte Coimbra, na Província do Mato Grosso, dando início à Guerra do Paraguai, que duraria até 1870.

Um matutino da época registra que antes de embarcar no vapor São Francisco com destino ao teatro de operações, as tropas desfilaram pelas ruas de Maceió, sob intensa aclamação popular.

Alguns chefes políticos se aproveitaram de vinganças pessoais, espalhando o pavor em muitas pessoas, em alguns momentos arrancando um único homem de cada casa para ser alistado nas tropas do Exército. O presidente da província de Alagoas, João Batista Gonçalves suspendeu esse rigor, facilitando o alistamento de voluntários.

Nos últimos anos da Guerra do Paraguai, Alagoas estava sendo governada pelo presidente José Bento Figueiredo Júnior, e o fim da guerra deu-se pela morte de Solano Lopez, provocada pelo Cabo José Francisco Lacerda, conhecido como “Chico Diabo”, com uma lança em Cerro Coá, no Paraguai.

Ao retornar à Província, em 1870, os soldados alagoanos foram calorosamente recebidos pelo povo, que prestou homenagens aos 201 milicianos mortos em combate.

Mesmo depois do fim da guerra, D Pedro II não festejou a vitória, enviando ajuda aos derrotados. Com isso, o Brasil assinou um tratado de paz com o Uruguai em 09 de janeiro de 1872, continuando as relações diplomáticas.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

ALAGOAS NA REPÚBLICA VELHA


Terminada a fase monárquica, o Brasil entrou na fase republicana, que foi iniciada com sua proclamação em 15 de novembro de 1889. Durante esse tempo, houve uma fase de preparação em face de o país estar acostumado com uma forma de governo (monarquia), a qual durou 77 anos.

Proclamada a República, o Estado passou a desenvolver sua autonomia, com todos os governadores tentando resolver seus problemas sociais, econômicos e culturais.

Após iniciar a República Velha, no dia 19 de novembro, o Governo Provisório instituiu a Bandeira Nacional do Brasil República e convocou uma assembleia de juristas para ser elaborada uma nova constituição. Nesse mesmo dia foi designado para ser o governador provisório o Comendador Tibúrcio Valeriano. No dia 21 de novembro, o governador Tibúrcio tomava posse em seu cargo, e nesse mesmo dia, Marechal Deodoro, no exercício da presidência, assinou um decreto nomeando seu irmão Pedro Paulino da Fonseca para o Governo Ditatorial de Alagoas.

Pedro Paulino da Fonseca, foi o primeiro governador eleito após a promulgação da Constituição Estadual, em 12 de junho de 1891. Apesar de todo seu preparo intelectual, Pedro Paulino não foi feliz como governador.  Cometeu vários erros administrativos, e até usava da violência para governar, algo que deixou seus correligionários descontentes. Mesmo com todos os problemas, fundou o Colégio Orfanológico para abrigar órfãs desvalidas.

Após se candidatar a senador, Pedro Paulino entregou o governo ao Dr. Roberto Calheiros, sendo o último passando para o Dr. Manoel de Araújo Goes. Esses dois últimos foram presidentes provinciais. 

Em 11 de junho de 1891 hove a promulgação da primeira Constituição do Estado. No dia seguinte houve eleição para o governo do estado, tendo como vitoriosos Pedro Paulino da Fonseca e Manoel de Araújo Goes. Após um período de agitação, Paulino renunciou ao poder voltando para o Senado, e quem assumiria o poder era o vice Manoel de Araújo Goes.

Perturbados e incertos decorreram os primeiros dez anos de vida republicana, na província. Governos se sucediam, nomeados pelo poder central ou eleitos pelo povo, mas quase sempre substituídos ou depostos. Constituíram-se várias juntas governativas, numa ou noutra oportunidade. Somente no fim do século XIX, ou melhor, já nos primeiros anos do século XX, a situação se consolidou com os governos do barão de Traipu e de Euclides Malta, o primeiro da chamada "oligarquia Malta", que se prolongou até 1912. Euclides governou de 1900 a 1903; sucedeu-lhe o irmão, Joaquim Paulo, no período de 1903 a 1906; Euclides voltou ao poder de 1906 a 1909, e, reelegendo-se nesse ano, permaneceu por mais um triênio, até 1912.