As câmaras das vilas de Alagoas,
Penedo e Porto Calvo levaram uma reclamação popular a Francisco de Castro
Morais, Governador da Capitania de Pernambuco, e este, reconhecendo a
necessidade dessa reclamação, enviou uma Carta Régia ao Reino, em 1706,
solicitando a criação da Comarca, com jurisdição das terras de Porto Calvo ao
São Francisco.
Após o acontecimento da Guerra dos
Mascates, que era entre os habitantes de Recife e Olinda, que durou de 1710 a
1711, José Felix Machado assumiu o governo da Capitania e, ao reconhecer a
participação popular na expulsão dos holandeses e no combate aos quilombos,
reconheceu o progresso da Parte Sul, elevando Alagoas à condição de Comarca em
12 de maio de 1712, nomeando seu primeiro Ouvidor o bacharel José Soares da
Cunha, designando dois termos, Penedo e Porto Calvo, onde permanecia um juiz
ordinário, e a “cabeça-de-comarca” (uma espécie de sede) a vila de Alagoas
(atual cidade de Marechal Deodoro), onde permanecia o Ouvidor.
A criação da Comarca foi um grande
passo para o desenvolvimento do território alagoano, nos aspectos político,
econômico e demográfico. Antes da
criação da comarca, os grandes proprietários ocupavam as funções de juiz e de
policial, elaborando suas próprias leis. Depois que os juízes assumiram suas
funções, essa autoridade foi quebrada. Na economia, sua renda estava maior que
a Capitania da Paraíba.
Enquanto a economia prosperava, havia
um crescimento populacional tanto no litoral quanto no interior. Além de Alagoas,
Penedo e Porto Calvo, alguns povoados se desenvolveram, como São Miguel dos
Campos, Atalaia, Anadia (originária de um arraial), Piaçabuçu (que tinha
algumas casas e a capelinha de São Francisco do Borja), Palmeira dos Índios
(originou-se do Aldeamento Chucurus), Porto Real do Colégio e Maceió, um
povoado em desenvolvimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário