Sebastião
Marinho Muniz Falcão era pernambucano, nascido em Araripina. Formado em
Direito, foi nomeado para a Delegacia Regional do Trabalho, com a tarefa de
fazer cumprir no Estado a legislação trabalhista. Estando em Alagoas, iniciou
sua carreira política como deputado federal, sendo eleitas duas vezes tendo a
maior votação da história, no ano de 1954.
Em
1955, Muniz é eleito governador. Em seu governo, ele não foi muito feliz. Seu
governo foi marcado por graves acontecimentos políticos ocorridos no Estado.
Alagoas
estava passando por uma fase em que era classificada como uma terra sem lei e
com impunidade.
Fato
que chamou a atenção foi o assassinato do Deputado Estadual José Marques da
Silva, ocorrido na praça que hoje leva seu nome, na cidade de Arapiraca,
ocorrido em 07 de fevereiro de 1957, por razões políticas.
Muniz
aprovou a taxa sobre o açúcar, o fumo e tecidos, propondo 1,5%, cujos recursos
seriam aplicados nas áreas de educação, saúde e infraestrutura, mas a
Assembleia aprovou apenas 5%, resultando no desentendimento entre Assembleia e
Governo. “A partir daí, fizeram de
tudo para tirar Muniz da administração pública municipal” segundo seu
irmão Djalma Falcão, que posteriormente seria prefeito de Maceió de 1986 a
1989.
Um
dos episódios marcantes em seu governo foi o fatídico dia 13 de setembro de
1957, que era uma sexta-feira. Esse foi um confronto político acontecido na
Assembleia Legislativa, em que transformou a Praça D. Pedro II em um palco de
guerra. Foram colocados diversos sacos de areia para proteger a Imprensa que
estava fazendo uma cobertura sobre o evento. Apareceram vários deputados da
situação e da oposição, todos devidamente armados.
No
prédio da Assembleia estavam muitos policiais para garantir que a sessão
iniciasse sem problemas, como também para impedir a invasão de pessoas
estranhas ao recinto.
A
sessão não havia começado e o tiroteio na praça começou, resultando na morte de
cinco deputados, entre eles Humberto Mendes, sogro do governador, um
funcionário da Assembleia e m jornalista ferido. A gravidade do fato, no
entanto, foi levada ao presidente Juscelino
Kubitschek que
decretou intervenção federal no estado em 15 de setembro e no dia 18 os deputados estaduais aprovaram o impedimento do
governador que foi substituído pelo vice-governador Sizenando Nabuco.
Inconformado, Muniz
entrou com recurso no prazo legal, levando a formação de com um tribunal especial constituído por
desembargadores do TJ e cinco deputados, no qual Muniz Falcão saiu vitorioso,
reassumindo o cargo em 24 de janeiro de 1958, terminando seu mandato em 1960.
Existem fontes que afirmam que Muniz Falcão entrou com recurso no Supremo
Tribunal Federal, cujo recurso foi aprovado, sendo reconduzido ao governo do
Estado, terminando seu mandato em 1961, sucedido por Luís Cavalcante.