quinta-feira, 3 de julho de 2014

ALAGOAS NA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA


O movimento republicano, intensificado pela abolição, traduziu-se nas atividades da imprensa e clubes de propaganda. O mais importante destes foi o Centro Republicano Federalista, também, de certo, o mais antigo; outros foram o Clube Federal Republicano e o Clube Centro Popular Republicano Maceioense, ambos existentes na capital no momento da proclamação. No interior havia igualmente outros clubes de propaganda. O Gutenberg era o órgão de imprensa mais veemente na difusão da ideia republicana.

O ideal republicano começou a surgir com o jornal O Apóstolo, em 1871. Depois surgiu A República. Em 1888, o jornalista João Gomes Ribeiro fundou o Centro Republicano Federal de Maceió. Um ano depois, é proclamada a República, exatamente por um alagoano.

Após a abolição da escravatura, alguns escravos permaneceram nas terras dos senhores a fim de exercer atividade remunerada. Depois, o marido da Princesa Isabel, o Conde D’Eu, veio da França para fortalecer a monarquia no Brasil, e no mesmo navio, o republicano Silva Jardim veio desfazer qualquer ideia monárquica. Desembarcaram no Porto de Jaraguá, onde havia correligionários de ambas as partes. O Conde ficou hospedado no Palácio Provincial e Silva Jardim, na casa de Ricardo Brenand. Não houve movimentação política porque os republicanos alagoanos eram os mesmos da campanha abolicionista.

Em 15 de novembro de 1889, a República foi proclamada pelo Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, e as províncias receberam a denominação de estados, e os presidentes das províncias, governadores.

No dia 16, um major foi ao palácio Imperial levar uma mensagem que bania o Imperador D. Pedro II, anunciando que a Família Real tinha o prazo de vinte e quatro horas para deixar o país. D. Pedro II mudou-se para Paris, onde iria viver longe de seu país e de sua esposa, seus dois amores, falecendo em 05 de dezembro de 1891.
Após a expulsão da Família Imperial do Brasil, a imperatriz Tereza Cristina entrou em estado de choque, nçao entendendo o porquê desse ato questionando o que fizeram para serem tratados como criminosos. Depois veio a falecer em 28 de dezembro de 1889.

No mesmo dia em que, no Rio de Janeiro, era proclamada a república, em Maceió assumia a presidência o Dr. Pedro Ribeiro Moreira, último delegado do governo imperial para a província. Confirmada a mudança do regime, organizou-se a princípio uma junta governativa, mas a 19 de novembro o marechal Deodoro designou o irmão, Pedro Paulino da Fonseca, para governar o novo estado. Foi ele também o primeiro governador eleito depois de promulgada a Constituição Estadual, em 12 de junho de 1891.

CRIAÇÃO DA COMARCA DE ALAGOAS


As câmaras das vilas de Alagoas, Penedo e Porto Calvo levaram uma reclamação popular a Francisco de Castro Morais, Governador da Capitania de Pernambuco, e este, reconhecendo a necessidade dessa reclamação, enviou uma Carta Régia ao Reino, em 1706, solicitando a criação da Comarca, com jurisdição das terras de Porto Calvo ao São Francisco.

Após o acontecimento da Guerra dos Mascates, que era entre os habitantes de Recife e Olinda, que durou de 1710 a 1711, José Felix Machado assumiu o governo da Capitania e, ao reconhecer a participação popular na expulsão dos holandeses e no combate aos quilombos, reconheceu o progresso da Parte Sul, elevando Alagoas à condição de Comarca em 12 de maio de 1712, nomeando seu primeiro Ouvidor o bacharel José Soares da Cunha, designando dois termos, Penedo e Porto Calvo, onde permanecia um juiz ordinário, e a “cabeça-de-comarca” (uma espécie de sede) a vila de Alagoas (atual cidade de Marechal Deodoro), onde permanecia o Ouvidor.

A criação da Comarca foi um grande passo para o desenvolvimento do território alagoano, nos aspectos político, econômico e demográfico.  Antes da criação da comarca, os grandes proprietários ocupavam as funções de juiz e de policial, elaborando suas próprias leis. Depois que os juízes assumiram suas funções, essa autoridade foi quebrada. Na economia, sua renda estava maior que a Capitania da Paraíba.

Enquanto a economia prosperava, havia um crescimento populacional tanto no litoral quanto no interior. Além de Alagoas, Penedo e Porto Calvo, alguns povoados se desenvolveram, como São Miguel dos Campos, Atalaia, Anadia (originária de um arraial), Piaçabuçu (que tinha algumas casas e a capelinha de São Francisco do Borja), Palmeira dos Índios (originou-se do Aldeamento Chucurus), Porto Real do Colégio e Maceió, um povoado em desenvolvimento.

ORIGEM DE MACEIÓ


Maceió vem da palavra MACAIÓ-K, MAÇAÓ ou MASSAYO, que significa “o que tapou o alagadiço”.

A origem de Maceió é cercada de dúvidas porque não existem documentos que comprovem. O Estado de Alagoas surgiu com a origem de várias vilas, além de ter sido parte da Capitania de Pernambuco.

Existe uma escritura, datada de 1611, pertencente a Diogo Soares da Cunha que faz menção a uma sesmaria doada a Manoel Antônio Duro, referente a uma casa de telha, de sua propriedade, localizada no bairro da Pajuçara.

Como o açúcar era um produto explorado e que trazia riquezas, alguns engenhos foram construídos e, ao redor deles foram construindo várias casas, formando povoados, e destes foram surgindo várias cidades, assim como Maceió surgiu de um engenho.

Existem dúvidas sobre qual engenho originou a cidade de Maceió: uma é que a cidade foi originada de um engenho chamado Massayo, e outra é que surgiu de um engenho perto do riacho Salgadinho.

Em relatos sobre a primeira versão, consta que o engenho Massayo era de propriedade do capitão Apolinário Fernandes Padilha e de sua mulher Beatriz Ferreira Padilha. Esse engenho era localizado onde hoje é a Assembleia Legislativa, situada na Praça D. Pedro II, e nele havia uma capelinha, sob o patrocínio de São Gonçalo do Amarante, que permaneceu até 1850, quando foi demolida para construção da catedral Metropolitana de Maceió, onde até hoje está edificada.

A outra versão é que a cidade foi originada de um engenho que ficava próximo ao um riacho, que era denominado pelos índios de Massayo, onde hoje é o riacho Salgadinho, o qual corta a cidade. Ao redor desse engenho surgiram vários povoados que futuramente, com o crescimento elevaria Maceió à condição de vila. Talvez esse local da construção desse engenho tenha sido escolhido por ser próximo ao porto do Jaraguá, como também para facilitar o transporte do açúcar.