quarta-feira, 13 de agosto de 2014

REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA


Em 1917 rebentou em Pernambuco uma revolução nativista, que recebeu o nome de Revolução Pernambucana, no qual homens de várias classes conspiravam contra o domínio português.

O movimento foi liderado por Domingos José Martins, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e de Frei Caneca. Tendo conseguido dominar o Governo Provincial, se apossaram do tesouro da província, instalaram um governo provisório e proclamaram a República.

O movimento iniciou com a ocupação do Recife, em 06 de março de 1817. O governador da capitania Caetano Pinto de Miranda Montenegro ordenou que o Coronel Barbosa de Castro acabasse com a revolução e mandou prender os principais. No regimento de artilharia, o capitão José de Barros Lima, conhecido como Leão Coroado, reagiu à voz de prisão e matou a golpes de espada o comandante Barbosa de Castro. Depois, na companhia de outros militares rebelados, tomou o quartel e ergueu trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas monarquistas. O governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro refugiou-se no Forte do Brum depois de ver sua tentativa de sufocar o movimente ser fracassada. Depois que foi cercado, acabou se rendendo.

Os cabeças do movimento instalaram um governo provisório, mas sequer comunicou aos moradores da Comarca de alagoas, mas mesmo assim, a notícia terminou se espalhando.

O Advogado José Ignácio de Abreu e Lima, conhecido com Padre Roma foi à, a serviço dos “cabeças” para falar com o Conde dos Arcos, que era o Vice-Rei do Brasil. Depois, Padre Roma passou em Alagoas, espalhando folhetos e informações, confiando a tarefa a Victoriano Borges da Fonseca, Comandante das Armas, que, ousando desobedecer a ordem de impedir o movimento, soltava os presos, lia as proclamações em voz alta, soltava os presos e rasgava os símbolos da Realeza.

Em 29 de março foi convocada uma assembleia constituinte, com representantes eleitos em todas as comarcas, foi estabelecida a separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; o catolicismo foi mantido como religião oficial, porém havia liberdade de culto (o livre exercício de todas as religiões); foi proclamada a liberdade de imprensa (uma grande novidade no Brasil); abolidos alguns impostos; a escravidão entretanto foi mantida.

À medida que o calor das discussões e da revolta contra a opressão portuguesa aumentava, crescia, também, o sentimento de patriotismo dos pernambucanos, ao ponto de passarem a usar nas missas a aguardente (em lugar do vinho) e a hóstia feita de mandioca (em lugar do trigo), como forma de marcar a sua identidade.

Dominada a revolução, foi desmembrada de Pernambuco a comarca de Rio Grande (atual Rio Grande do Norte), tornando-se província autônoma. Essa havia sido anexada ao território pernambucano ainda na segunda metade do século XVIII, juntamente a Ceará e Paraíba, que também se tornaram autônomas ainda no período colonial, em 1799.

Também a comarca de Alagoas, cujos proprietários rurais haviam se mantido fiéis à Coroa, como recompensa, puderam formar uma província independente.

Apesar dos revolucionários terem ficado no poder menos de três meses, eles conseguiram abalar a confiança na construção do império americano sonhado por D. João VI, a coroa nunca mais estaria segura de que seus súditos eram imunes à contaminação das ideias responsáveis pela subversão da antiga ordem na Europa.

Quando a propaganda do movimento chegou a Atalaia, o Ouvidor Batalha tratou de fazer correição no cartório e tentou convencer o povo a não participar do movimento. O movimento foi esfriando e o povo atendeu à solicitação.

Victoriano Borges viajou à Bahia para falar com o Conde de Arcos sobra a agitação que estava havendo em Alagoas, mas o Vice-Rei falou que o Padre Roma foi fuzilado. Victoriano se desesperou e fugiu.

Diante da agitação, o Ouvidor Batalha tratou de falar com o Vice Rei sobre a separação da Comarca de Alagoas da jurisdição de Pernambuco, anexando à Bahia e instalando um governo provisório. O Conde concordou com a separação, mas não com o governo provisório.

Alagoas estava com condições de se separar de Pernambuco, fato que estava influenciado pelos ideais revolucionários, que ganhou popularidade em vários países.

 

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