Em 1917 rebentou em
Pernambuco uma revolução nativista, que recebeu o nome de Revolução
Pernambucana, no qual homens de várias classes conspiravam contra o domínio
português.
O movimento foi
liderado por Domingos José
Martins, com
o apoio de Antônio Carlos
de Andrada e Silva e de Frei Caneca. Tendo conseguido
dominar o Governo Provincial, se apossaram do tesouro da província, instalaram
um governo provisório e proclamaram a República.
O movimento
iniciou com a ocupação do Recife, em 06 de março de 1817. O governador da capitania
Caetano Pinto de Miranda Montenegro ordenou que o Coronel Barbosa de Castro acabasse
com a revolução e mandou prender os principais. No regimento de artilharia, o
capitão José de Barros
Lima,
conhecido como Leão Coroado, reagiu à voz de prisão e matou a golpes de espada
o comandante Barbosa de
Castro.
Depois, na companhia de outros militares rebelados, tomou o quartel e ergueu
trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas monarquistas. O
governador Caetano Pinto
de Miranda Montenegro refugiou-se no Forte do Brum depois de ver sua
tentativa de sufocar o movimente ser fracassada. Depois que foi cercado, acabou se
rendendo.
Os cabeças do
movimento instalaram um governo provisório, mas sequer comunicou aos moradores
da Comarca de alagoas, mas mesmo assim, a notícia terminou se espalhando.
O Advogado José
Ignácio de Abreu e Lima, conhecido com Padre Roma foi à, a serviço dos
“cabeças” para falar com o Conde dos Arcos, que era o Vice-Rei do Brasil.
Depois, Padre Roma passou em Alagoas, espalhando folhetos e informações,
confiando a tarefa a Victoriano Borges da Fonseca, Comandante das Armas, que,
ousando desobedecer a ordem de impedir o movimento, soltava os presos, lia as
proclamações em voz alta, soltava os presos e rasgava os símbolos da Realeza.
Em 29 de março foi convocada uma assembleia
constituinte, com representantes eleitos em todas as comarcas, foi estabelecida a
separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário; o catolicismo foi mantido como religião oficial, porém havia liberdade de
culto (o livre exercício
de todas as religiões); foi proclamada a liberdade de imprensa (uma grande
novidade no Brasil); abolidos alguns impostos; a escravidão
entretanto foi mantida.
À medida que o
calor das discussões e da revolta contra a opressão portuguesa aumentava,
crescia, também, o sentimento de patriotismo dos pernambucanos, ao ponto de passarem a usar nas missas a aguardente (em lugar do vinho) e a hóstia feita de mandioca (em lugar do trigo), como forma de marcar a sua identidade.
Dominada a
revolução, foi desmembrada de Pernambuco a comarca de Rio Grande (atual Rio Grande do
Norte),
tornando-se província autônoma. Essa havia sido anexada ao território
pernambucano ainda na segunda metade do século XVIII, juntamente a Ceará e Paraíba, que também se
tornaram autônomas ainda no período colonial, em 1799.
Também a comarca
de Alagoas, cujos
proprietários rurais haviam se mantido fiéis à Coroa, como recompensa, puderam
formar uma província independente.
Apesar dos
revolucionários terem ficado no poder menos de três meses, eles conseguiram
abalar a confiança na construção do império americano sonhado por D. João VI, a
coroa nunca mais estaria segura de que seus súditos eram imunes à contaminação
das ideias responsáveis pela subversão da antiga ordem na Europa.
Quando a propaganda
do movimento chegou a Atalaia, o Ouvidor Batalha tratou de fazer correição no cartório
e tentou convencer o povo a não participar do movimento. O movimento foi
esfriando e o povo atendeu à solicitação.
Victoriano Borges
viajou à Bahia para falar com o Conde de Arcos sobra a agitação que estava
havendo em Alagoas, mas o Vice-Rei falou que o Padre Roma foi fuzilado.
Victoriano se desesperou e fugiu.
Diante da
agitação, o Ouvidor Batalha tratou de falar com o Vice Rei sobre a separação da
Comarca de Alagoas da jurisdição de Pernambuco, anexando à Bahia e instalando
um governo provisório. O Conde concordou com a separação, mas não com o governo
provisório.
Alagoas estava com
condições de se separar de Pernambuco, fato que estava influenciado pelos ideais
revolucionários, que ganhou popularidade em vários países.
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